sexta-feira, 5 de abril de 2013

Criaturas Lendarias/Raras #2

                                                                                   Besta de Gévaudan
 
A Besta de Gévaudan (em francês Bête du Gévaudan) foi um animal feroz que aterrorizou a região francesa de Gévaudan no final do século XVIII. Do ponto de vista histórico, o animal é comprovado, tendo sido documentados os ataques, os corpos das vítimas, os sobreviventes descreveram o animal que os atacou, havendo registros de que o animal foi caçado, morto e teve seu corpo exibido na corte de Luís XV.
Segundo as descrições, sua pele tinha um tom avermelhado, e foi dito emitir um odor insuportável. Eles matavam suas vítimas rasgando suas gargantas com os dentes. O número de vítimas varia de acordo com fonte. De Beaufort (1987) estimou 210 ataques, resultando em 113 mortes e 49 feridos, 98 das vítimas mortas foram parcialmente comidos.
Gévaudan, zona que pertence a Languedoc (sul da França), foi desde sempre uma zona onde os ataques de lobos aos rebanhos eram frequentes. Porém, em 30 de junho de 1764 e pela primeira vez, uma jovem de 14 anos (Jeanne Boulet) é assassinada perto de Langogne, uma povoação pertencente ao departamento francês de Lozère. E depois dessa primeira vítima seguiram outras, tratando-se sempre de jovens (curiosamente, nenhum dos homens mortos passava dos dezesseis anos) e mulheres, cujos corpos se encontravam mutilados com uma violência desconhecida até então, decapitadas ou estripadas. Logo segue uma extensa lista de ataques.
Foram feitas na região numerosas investidas para caçar o animal, organizadas muitas vezes por nobres da zona, como o Marquês de Apcher ou o Conde de Morangias, mas sempre sem resultado. As notícias dos ataques da “besta” acaba chegando até a Corte, em Paris, e o rei Luís XV vê-se obrigado a responder de algum jeito às demandas cada vez mais insistentes dos camponeses , apesar de estar totalmente imerso na guerra pelas colônias da América contra a Inglaterra, pelo que decide oferecer seis mil libras de recompensa a quem matasse a besta.
Em 21 de setembro de 1765, foi abatido um grande animal que foi identificado como a “Besta”, por Antoine de Beauterne. Este animal pesava 64 quilos, tinha 87 centímetros de altura e 183 centímetros de comprimento total. O lobo foi chamado de Le Loup de Chazes. Antoine oficialmente declarou: “Nós declaramos pelo presente relatório, assinado por nossas mãos, que nunca vimos um lobo tão grande que poderia ser comparado a este, é por isso que nós estimamos esta poderia ser a besta temível que causou tanto dano.” O animal foi empalhado e enviado para Versalhes, onde Antoine foi recebido como um herói, recebendo uma grande soma de dinheiro, bem como títulos e prêmios. Entretanto, em 2 de dezembro do mesmo ano, foram relatados novos ataques a duas crianças que ficaram gravemente feridas. Dezenas de casos de ataques foram novamente relatados.
O assassinato da segunda criatura que, eventualmente, marcou o fim dos ataques é creditado a um caçador local, Jean Chastel, em Sogne d’Auvers em 19 de junho de 1767. Segundo os dados da época, este animal pesava 58 quilos, e foi morto com umabala de prata benzida por um padre, sendo este o primeiro registro desse tipo de caçada, depois popularizada nas buscas ao lobisomem. Ao ser aberto, no estômago do animal foi mostrado para conter restos humanos.


Dobhar-chú – Lontra Lendária

Lontra está associada a sabedoria e às habilidades ancestrais, assim como ao ancouramento dos tesouros interiores. Representa confiança e determinação, a lealdade e a cura espiritual. Sou testemunha e posso afirmar que como Animal Guardião ou Animal Totem, como preferirem, a lontra traz com sua energia todas estas qualidades. Dobhar-chú seria a lontra mutante habitante dos lagos da Irlanda antiga, sobre à qual fala-se em muitos contos e cantos regionais.
A Irlanda tem diversas lendas sobre essa criatura. Uma das principais é essa que iremos relatar. O conto decorre do bestial assassinato de Grainne Ni Conalai (Grace Connolly) no Lago Glenade,Condado de Leitrim em 24 setembro 1722. Os detalhes eram conhecidos por todos, uma vez que a balada era cantada nas feiras das ruas de Kinlough e nas proximidades. Alguns dizem que ela fora ao lago para lavar a roupa, já a balada canta que iria banhar-se. Mas esta não é a questão. Ao perceber que ela não retornaria, seu marido Traolach Mac Lochlainn ou McGloughlan, passou a procura-la, e ficou horrorizado quando viu o corpo de sua amada deitado à beira do lago com a besta adormecida sobre seu peito mutilado. As palavras do poema a seguir foram escritas na época do incidente, fazem parte da lenda em torno de um evento que estimula a discussão e polêmica até os dias atuais. A balada foi habilmente composta por um “professor da escola do tempo”. Uma versão abreviada abaixo traz a história viva da vida:

[...] E enquanto isso, aquela linda vida, forma qual não faltava beleza, fora roubada pelo Dobhar-chú diante a imensidão do lago que ceifava sua vítima, ela quem concedeu cama e bordo àMcGloughlan; Sua esposa amorosa, muito mais do que sua vida, quem ele mais que adorava.
[...] Ela, depois de ter ido banhar-se ao que parece dentro da água clara, não retornara quando devia, seu marido tomado pelo medo correu para onde poderia encontra-la, quando oh! Jazia estendido diante de seus olhos para sua surpresa uma forma mutilada ainda sangramento quente.
[...] Sob seu peito que fora branco como neve um dia, mas agora lambuzava-se de sangue, repousava o ser: Dobhar-chú entre seus intestinos e as vísceras todo tingido com uma tonalidade avermelhada: “Oh, Deus”, gritou ele, “Não posso suportar isso, mas o que faço agora?”
[...] Ele orou com força, o demônio estava ali deitado, McGloughlan ao ver a cena cambaleava como uma criança, o ódio e o sangue ferviam dentro de suas veias rápido e selvagem. Era perda de tempo olhar para aquela que ele amava, então rapidamente voltou para casa enquanto toda a sua raiva e paixão reprimida violentamente queimavam.
[...] Ele chegou à sua casa, ele pegou sua arma apertando-a com nervos de aço e voltou correndo. Levantou seu braço e, em seguida, um tiro. Um grito de morte se ouviu pelo ar perfumado. Mas, o que é isso, isso que veio no momento seguinte, saindo das profundezas como se clamasse por vingança!
[...] A besta do demônio morria com apitos longos e fortes enquanto seu companheiro aparecido do nada aproximava-se. McGloughlan, tremendamente intimidado correu para sua casa. Seus vizinhos o aconselharam, o condado o questionou, e voando mandaram-no fazer de uma vez e não esperar até o anoitecer a perigar pela sua vida.
[...] Ele e seu irmão, um par resistente, tomaram seus cavalos, abandonaram suas casas e foram ao oeste. Cada um tinha para sua proteção um punhal afiado durante longo tempo, velozes perseguiam por aquela fera brutal, o Dobhar-chú assobiador.
[...] As rochas estalavam, as águias gritavam de pavor. O lavrador houvera deixado seus cavalos e peixes sozinhos e dizia: “Longe da montanha, pelos córregos distantes, vou correndo para o mar…” As leis da natureza então pararam, para assistir a morte ou a vitória.
[...] Por 20 milhas os cavalos galantes e seus orgulhosos cavaleiros furavam vales de poderosa estirpe nunca vistos antes. A besta rasgava pelas trilhas com seu grito estridente de medo; Os irmãos tentariam ou morreriam no vale de Cashelgarron. Desmontando seus cavalos ofegantes, colocaram-se em cada caminho sentido aos antigos pântanos, e de pé os cavalos aguardavam por eles. Com suas adagas levantadas, os nervos de seus braços preparavam-se para atacar e impetrar o golpe fatal.
[...] Após pouco tempo de espera o animal com o nariz na trilha havia farejado o rastro e chegara. Os cavalos haviam servido de isca, sem pensar, com seu punhal fervendo ele mergulhara por baixo do cavalo… McGloughlan fincara seu punhal até o cabo através do coração da besta. “Obrigado Deus, obrigado Deus”, os irmãos choraram no delírio da selvageria e prazer, a humilde casa do lago Glenade dever-lhes-ia abrigo nesta noite.
[...] Se há alguma dúvida sobre o que eu escrevo, visite a velha Conwell, e lá verá o túmulo onde dorme o valente, seu cavalo, e a linda esposa cujo epitáfio eu conto.
A história ainda sobrevive na tradição local. Um morador de GlenadePatrick Doherty, já falecido, dizia ter iniciado uma perseguição à uma destas bestas, que começou em Frank Mc Sharry’s emGlenade e falhou em Cashelgarron stone fort no Condado de Sligo, fora forçado a parar em um ferreiro para substituir uma ferradura perdida. Sua versão difere muito pouco da balada. SegundoPatrick, criou uma armadilha para o monstro enraivecido, deixando como isca os cavalos. Havia recebido do ferreiro uma espada com a qual teria cortado a cabeça da besta quando apareceu entre os animais.
A história original tem crédito ainda hoje pela imagem esculpida na lápide Grace Connolly no cemitério de Conwell no Condado de Leitrim. Também chamado de vários nomes, como Doyarchu,Anchu, Cão d’água e Crocodilo irlandês, o Dobhar-chú é descrito como um animal que tem aproximadamente o tamanho de um crocodilo ou um cão grande, mas se assemelha a um cruzamento entre um cão e uma lontra, quase sempre descrito como de cor preta com pêlo brilhante colado ao corpo, ou em outros casos, com a pele viscosa preta sem pêlo.
Alguns habitantes descrevem Dobhar-chú como tendo uma ou mais manchas brancas sobre as costas, especialmente uma marca grande no meio do peito. Outros o descrevem como predominantemente branco com duas manchas pretas nas pontas das orelhas e uma grande no meio das costas no formato de cruz. Suas pernas posteriores são maiores do que as anteriores como um cachorro. As patas são grandes como seria de se esperar de um mamífero aquático. A cabeça é elegante e parece muito com uma lontra, o pescoço é longo, e a cauda longa e delgada com um tufo no final. Relatos dizem que estas criaturas vivem em lagos da Irlanda desde os tempos antigos. São altamente agressivas com pessoas e cães, atacam a presa segurando e arrastando-a para a água e muitas vezes os mais ferozes cães não são páreos. Andam em duplas, um animal geralmente fica escondido enquanto o outro ataca e aparece se o primeiro tem problemas. Se um deles é morto o outro torna-se extremamente irritado e correrá o risco de sua própria vida para se vingar. Um relato fala sobre um Dobhar-chú que perseguiu um homem que matara seu companheiro por mais de 20 milhas, mesmo em desvantagem pela terra.
Pelos relatos consistentes de avistamento pode-se acreditar que se trata de um animal real. Alguns cryptozoologistas dizem que poderia ser uma nova espécie de lontra gigante. Há também quem defenda a idéia de que se trata de uma variedade de bebê monstro de Loch Ness. Outra possibilidade é que represente uma ligação entre as focas e os seus antepassados, provavelmente havia um ancestral primitivo destes animais que se assemelharia muito à Dobhar-chú. O local em que o maior número de avistamentos tem ocorrido é Achill Island, localizada na costa oeste da Irlanda, no condado de Mayo. Supõe-se haver uma pequena população destas criaturas no lago Sraheens, mesmo assim parecem ter costume migratório, e não ocupam o lago o ano todo. Alguns pesquisadores tem associado Dobhar-chú com uma criatura do conto de fadas irlandês, o “rei lontra”. Embora as duas criaturas tenham algumas características em comum, não são idênticas, enquanto o rei lontra é uma lontra gigante do reino das fadas que tinha poderes mágicos, o Dobhar-chú tem características anatômicas que o fazem um pouco diferente do que apenas uma grande lontra, além disso, existem indícios de uma real existência do Dobhar-chú,enquanto o rei lontra não passa de um conto.
Outros localidades do mundo relataram o avistamento de criaturas que emitiam sons semelhantes ao do Dobhar-chú, além de terem aparência física e hábitos semelhantes, e para algumas dessas foram dados nomes que se traduzem como “cão d’água”.  O Ahuitzotl é descrito na lenda Astecacomo um monstro da água, um cão de pequeno porte com a pele lisa, orelhas pontudas, patas largas e eventualmente uma massa no final de uma cauda. Animais similares são relatados no folclore indígena Norte Americano, identificados como “cães d’água” pela tribo Hopi Shasta. Outros pesquisadores o colocam nesta categoria como sendo a estranha criatura caçada porCristóvão Colombo na Jamaica em 1503.
Em estudos arqueológicos, acredita-se que os animais que deram origem ao mito do Dobhar-chú, sejam componentes de uma suposta população de Pakicetus que sobreviveu à extinção.
No folclore e mitologia
No folclore irlandês, Dobhar-chú é considerado o rei das lontras ou o pai de todas as lontras, uma só polegada de seu couro é um amuleto forte o bastante para proteger um homem contra os disparos de qualquer arma de fogo, impedir o naufrágio de um barco e preservar cavalos de sofrerem ferimentos. Seria o sétimo filhote uma lontra comum de tamanho muito maior do que o usual para sua espécie, maior às vezes que um homem. Descrito como completamente branco exceto pelas orelhas pretas. Apresenta uma grande marca em forma de cruz no dorso, nunca dorme e aparece frequentemente na companhia de um séquito de outras lontras.
A lontra é um animal mágico no mito céltico, considerada invulnerável até que Muiredach Tirech,filho de Mac Fiacha Sraibhtine, grande Rei lendário da Irlanda no séc. III e IV conseguiu abater uma e fez com o couro um manto que o protegia de qualquer ferimento. O folclore diz que as lontras somente são vulneráveis sob o antebraço ou o queixo. Muiredach Tirech conquistou o poder após exilar os “3 Collas” que haviam assassinado seu pai Mac Fiacha Sraibhtine. Foi o responsável por fundar Oirghialla das ruínas de Uladh, tendo um papel fundamental na história daIrlanda do Norte.
 Bunyip
Para os aborígenes da Austrália, o bunyip (cujo nome significa demônio na língua nativa) é um animal fantástico do tamanho de um bezerro que vive em lagos e poços do outback, o “interior australiano”.
O bunyip alimenta-se de seres humanos, dando preferência a mulheres. Seu grito pode fazer o sangue coagular. Acredita-se também que o bunyip cause doenças.
Do mesmo modo que o mapinguari brasileiro, não se sabe se o bunyip é apenas uma lenda ou um animal ainda não descoberto. Algumas teorias apontam como sendo o Diprotodon, uma espécie de vombate gigante extinta há 50 mil anos, quando os humanos chegaram à Austrália. Já os Ufologos dizem que é um animal de um outro planeta, deixado aqui por “não se sabe quem” e que deve ser único.



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